terça-feira, 15 de março de 2011

Características e Propriedades da Madeira

Como resultado da sua origem biológica a madeira apresenta, em geral, grande variabilidade, verificando-se este fato dentro da mesma espécie mas sobretudo entre material proveniente de espécies diferentes. Além disso, é um material que exibe uma heterogeneidade significativa e uma anisotropia acentuada. Por estas razões, é de especial interesse a identificação e o conhecimento das características anatômicas das espécies de madeira, assim como, a apreciação da qualidade da madeira tendo em conta a utilização que se pretende.




Impõem-se ainda um especial cuidado no dimensionamento, que deverá ter em conta as diferentes propriedades físicas e mecânicas nas três direções principais de simetria anatômica: longitudinal, tangencial e radial. O sentido longitudinal corresponde ao eixo paralelo às fibras, o radial apresenta-se perpendicular aos anéis de crescimento e o tangencial é perpendicular às fibras mas tangencial aos anéis de crescimento.

Numa perspectiva Botânica, as madeiras com interesse comercial provêm de dois grandes grupos: Gimnospérmicas e Angiospérmicas. Nas Gimnospérmicas, a classe mais relevante é a das Coníferas (ou Resinosas), também designadas como madeiras brandas (softtwoods). Nas Angiospérmicas, salientam-se as Dicotiledóneas (ou Folhosas), usualmente designadas como madeiras duras (hardwoods). Esta divisão baseia-se em diferenças na estrutura anatómica existente entre as espécies pertencentes aos dois grupos.

Variabilidade da madeira

De um modo genérico podem distinguir-se três fontes de variabilidade: a que ocorre entre espécies, dentro da mesma espécie e a que se surge no interior de cada árvore. A variabilidade natural entre espécies é atribuída às diferenças genéticas, enquanto que a variabilidade entre árvores de uma mesma espécie pode dever-se quer à genética, quer a fatores do meio ambiente, tais como: clima, solo, fornecimento de água, disponibilidade de nutrientes, exposição solar, entre outros. Por sua vez, a variabilidade que se verifica no interior de uma mesma árvore deve-se essencialmente aos fatores do meio ambiente que condicionam o seu crescimento específico. Assim, como resultado da proveniência natural da madeira, as suas propriedades físicas e mecânicas têm um grau de variabilidade elevado, tipicamente superior a outros materiais. Em consequência destas características, e levando em consideração o forte relacionamento entre estas duas propriedades.

Propriedades químicas da madeira
A composição química da madeira é constituída principalmente por dois tipos de compostos: os componentes estruturais e os componentes não estruturais. Nos componentes estruturais incluem-se a celulose, as hemiceluloses e a lenhina, que são macromoléculas responsáveis pelas propriedades mecânicas da madeira. A composição química da madeira varia entre 40% a 50% de celulose, 20% a 30% de hemiceluloses e 20% a 35% de lenhina. Quanto aos componentes não estruturais são constituídos por substâncias com massa molecular baixa ou média, do tipo orgânico ou inorgânico, vulgarmente denominados por extractivos e cinzas. Quimicamente a madeira pode conter extractivos numa percentagem que varia entre 0 e 10%.

Propriedades físicas da madeira

Higrospicidade – Capacidade da madeira para absorver humidade da atmosfera envolvente e de a perder por evaporação.

Flexibilidade – Capacidade da madeira para fletir por ação de forças exercidas sobre si, sem quebrar.

Durabilidade – Propriedade que mede a resistência temporal da madeira aos agentes prejudiciais, sem putrificar.

Propriedades mecânicas da madeira

Resistência à compressão – Resistência da madeira a forças que tendem a encurtar o seu comprimento.

Resistência à tração – Resistência da madeira a forças com tendência a estender o seu comprimento.

Resistência à flexão – Resistência da madeira a forças ao longo do seu comprimento. Dureza – Resistência oferecida pela madeira a forças de penetração.

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